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terça-feira, 14 de junho de 2011

Amor humilde


João 21.15-19

15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes?” Disse ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Disse Jesus: “Cuide dos meus cordeiros”.
 16 Novamente Jesus disse: “Simão, filho de João, você me ama?” Ele respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Disse Jesus: “Pastoreie as minhas ovelhas”.
 17 Pela terceira vez, ele lhe disse: “Simão, filho de João, você me ama?” Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez “Você me ama?” e lhe disse: “Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus: “Cuide das minhas ovelhas.
 18 Digo-lhe a verdade: Quando você era mais jovem, vestia-se e ia para onde queria; mas quando for velho, estenderá as mãos e outra pessoa o vestirá e o levará para onde você não deseja ir.
 19 Jesus disse isso para indicar o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus. E então lhe disse: “Siga-me!”


Esta passagem é, para mim, uma das mais apaixonantes e reveladoras do amor e da graça do Senhor.

Por três vezes Jesus pergunta a Pedro sobre o seu amor. E em todas Pedro afirma que o ama.

Entretanto aqui há um jogo de palavras gregas que é preciso considerar. 


Mas antes, pense em todo o contexto.

Pedro decidira voltar a pescar. Era como uma desistência.


Jesus estava vivo. Jesus havia ressuscitado. A fé agora tinha um novo sentido. 


Mas parecia que não havia lugar para Pedro. Ele tinha falhado. Ele tinha negado o Senhor (veja João 13.38; João 18.15-26 e, especialmente, Mateus 26.33 e 34).


Entretanto Jesus vem restaurá-lo.
Mas ele não estará pronto se não estiver suficientemente humilde.


Por isso Jesus começa levantando uma questão compativa: Você me ama mais do que os outros?

Pedro sabe que não.

Mas não pode negar o quanto o ama. O quanto o admira. O quanto ainda quer ser seu discípulo.

Antes, na sua presunção e arrogância, comparou-se aos outros. Agora está sendo confrontado com isto. Sabe e percebe que não merece o amor do Senhor, mas não pode negar o quanto ainda sente por ele.

Por isso as duas palavras usadas na língua grega são tão importantes.

A primeira é o verbo “agapao”, que vem do substantivo “ágape”, e significa o amor sacrifício, o amor que Jesus havia demonstrado.

A segunda é o verbo “phileo”, do substantivo “philos”, e significa estimar, admirar, ter profunda afeição.

Pedro disse que daria a sua vida por Jesus, mas não pôde sequer sustentar que era seu discípulo. Havia negado o Senhor.

Agora Jesus pergunta usando a palavra “agapao”. Você me ama mais do que os outros, a ponto de dar sua vida por mim? 

E Pedro responde que sim, mas com o verbo “phileo”. Tu sabes que te admiro, te estimo, te considero, tenho afeição por ti.

Jesus mais uma vez pergunta usando “agapao”, e Pedro novamente responde com “phileo”.
E em cada vez Jesus lhe renova a responsabilidade de cuidar de outros.

Na terceira vez, entretanto, Jesus pergunta usando também o verbo “phileo”. E Pedro, triste por Jesus lhe perguntar pela terceira vez, abre seu coração.

Entendo que ele diz ao Senhor que o amava, mas que o Senhor, que sabia todas as coisas, sabia que ele não poderia amar com o amor “agapao”, com o amor que dá a vida.

Ele estava cônscio de sua limitação e necessidade. Amaria para sempre o Senhor, mas nunca poderia amar o Senhor como o Senhor o amava, e nunca poderia dizer que o amaria mais do que outros o poderiam amar.

Satisfeito com a resposta, Jesus não somente reitera que o aceita e lhe incumbe de cuidar de suas ovelhas, mas ainda lhe revela o que, por graça, lhe concederia.

Jesus diz, então, que chegaria um dia em que Pedro daria sua vida por Jesus (vs. 19).

Assim, Jesus mesmo daria a Pedro o amor que ele não tinha capacidade de dar. 


O que Jesus ensina a Pedro é que o amor humilde é mais amor do que o amor cego e auto-confiante.

Reconhecer a limitação do nosso amor é essencial para que o Senhor o faça crescer.

Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” (1 João 4:10)

Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19)

Minha oração é que o Senhor tenha misericórdia de mim e me dê a graça de amá-lo.

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